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Nem sempre é sobre mim (ou sobre você)!

  • Foto do escritor: Laura Lopes
    Laura Lopes
  • 10 de jun.
  • 3 min de leitura
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Criei este blog com a intenção sincera de compartilhar conteúdos diariamente. Era uma promessa comigo mesma, uma forma de manter viva a conexão entre palavra e propósito. Mas o turbilhão dos dias, com seus compromissos e ruídos, me empurrou para longe daqui. Foquei no perfil profissional, naquilo que exige retorno, resultado, rotina.


E como toda boa história que envolve espiritualidade e alma, essa aqui também tem seus altos e abismos. Alguns tropeços da vida me chamaram de volta — ou melhor, me puxaram com força — para o mundo espiritual. E quem já esteve dentro sabe: existe um abismo entre viver com o sagrado e viver afastada dele. A diferença é sentida na pele, nos sonhos, no silêncio.


Escrever sempre foi meu refúgio. Meu jeito de elaborar o que sinto, de transformar dor em beleza, de entender o que, às vezes, a mente não alcança. Nem sempre parece, porque o que sou por dentro nem sempre salta aos olhos. Mas escrever é minha prece. É minha oferenda.


Hoje, quero te contar uma dessas histórias que só o sagrado explica — e Oxum, com sua doçura implacável, mais uma vez, me mostrou um caminho. Um caminho que não pedi, mas que aceitei. Acredito que você, em algum momento, também já foi levado por forças maiores para onde precisava estar, mesmo sem querer.


Então, pega sua xícara de café, se acomoda aí… e vamos juntos.


Desde menina, meu coração ardia quando se tratava do sagrado. Era um amor visceral, profundo, que doía. Era saudade de algo que eu ainda nem havia vivido. Ao longo desses 18 anos de jornada, experimentei de tudo: afeto, desafeto, entrega, desistência.


E confesso — desisti muitas vezes. E, a cada desistência, parecia que a vida fazia questão de me lembrar que não havia atalho.

Com relutância, buscava orientação espiritual — e ouvia sempre a mesma sentença ecoando:

“Você precisa cuidar da sua vida espiritual para que o caminho se abra.”


E aquilo me revoltava. Não com o orixá, mas com o ser humano, que tantas vezes usa o sagrado como escada para o próprio ego, passando por cima da fé dos outros. Mesmo assim, lá ia eu, fazendo ebó após ebó, tentando reequilibrar o que estava dentro e fora de mim.


Mas a verdade é que aquilo que não aprendemos com consciência, a vida repete — até que compreendamos. O Odu Irosun fala disso: das lições que voltam. E voltam. E voltam…

Eu, com minha teimosia e impulsos humanos, insisti em culpar o externo, murmurar no caos, resistir ao processo. Muitas vezes, olhei a vida com o olhar turvo — enxergando apenas o sofrimento, sem perceber os sinais.


Até que um dia eu cansei. Não de lutar — mas de fugir. Resolvi mergulhar fundo. Não foi uma imersão poética — foi dolorida, real. Fui ao fundo da lama, sujando a testa e limpando a alma. Pensei:

“Já que estou aqui, que seja inteiro.”


E, assim, passei a viver também os problemas. Com presença. Com dor. Com lucidez.

Sim, procurei ajuda espiritual. Sim, fiz muitos ebós. Mas, dessa vez, fiz diferente: abri o olhar para entender o que o Orixá queria me mostrar.


E foi numa madrugada ritualística que tudo se iluminou — não com respostas fáceis, mas com sentido.


Resolvi meus problemas?

Não.


O que o Orixá me trouxe foram pessoas precisando de auxílio com situações semelhantes à minha. E, então, tive que segurar a minha barra e entender:


Orixá não queria que eu apenas superasse — queria que eu estivesse pronta. Não apenas por mim, mas pelos outros também.


Já viveu algo parecido?

Fica a vontade para compartilhar comigo sua experiência.


Ire o

Àṣẹ


 
 
 

1 comentário


karina.portella
10 de jun.

Maravilhosa topppp

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